Greve de ônibus em São Paulo pode ser realizada na quarta, 31, e prefeitura divulga nomes dos membros de comissão sobre recolocação de cobradores

Ônibus padrons e básicos poderão vir configurados assim. Com a caixa de cobrança ao lado do motorista. Foto: Adamo Bazani (Diário do Transporte)

Ao menos 260 ônibus devem ser tirados do sistema em agosto e a partir de 02 de setembro, veículos novos dos tipos padron e convencional do subsistema estrutural já poderão ser incluídos sem o posto do cobrador. Sindmotoristas está preocupado com redução de frota e demissões.


ADAMO BAZANI
O Sindmotoristas, que é o sindicato que representa os trabalhadores dos transportes urbanos da capital paulista, anunciou que vai fazer uma assembleia na próxima segunda-feira, 29 de julho de 2019, para decidir uma possível greve de ônibus em São Paulo na quarta-feira, 31.

Em plenária sobre o Dia dos Motoristas, realiza nesta quinta-feira, 25, no “CMTC Clube”, zona Norte da Capital, a entidade sindical definiu um plano de ação contra o que considera risco de perdas de empregos de motoristas e cobradores.

Entre as ações previstas pelo sindicato estão: “distribuição de um jornal do sindicato denunciando em detalhes a armação por trás do processo licitatório e convocando uma grande assembleia, em frente à sede da entidade, já para a próxima segunda-feira (29), com o objetivo de aprovar a greve da categoria quarta-feira (31), no mesmo dia do julgamento da licitação.”

Como mostrou o Diário do Transporte, no dia 31, a Justiça responde aos embargos de declaração impetrados pela prefeitura sobre a decisão que considerou ilegal o prazo de 20 anos de concessão previsto na licitação do sistema da cidade. Dependendo da decisão, a prefeitura pode validar a assinatura dos contratos com as empresas, ajustar estes contratos para 15 anos, o que mudaria toda a forma de remuneração das viações, ou mesmo, invalidar a concorrência e começar tudo do zero de novo.

Por meio de nota, o sindicato ainda informou que, além da paralisação dos ônibus no dia 31, os motoristas e cobradores podem realizar uma passeata da avenida Paulista até a sede da prefeitura, na região central.

“Na assembleia, será proposta, além da paralisação, uma passeata dos trabalhadores em transportes saindo do sindicato, passando pela Avenida Paulista, Consolação até à sede da Prefeitura, na região central da cidade.”

Em primeira mão, com base em documentos oficiais, o Diário do Transporte mostrou nesta quinta-feira, 25, que a gestão Bruno Covas pode retirar de circulação 260 ônibus do subsistema estrutural, formado pelas empresas mais tradicionais que operam coletivos maiores. Os novos contratos emergenciais com as viações já incorporaram o modelo operacional previsto na licitação dos transportes, com a criação de um grupo de linhas intermediário, chamado subsistema de articulação regional (entre os bairros) e a redução de frota.

O Sindmotoristas acredita que pode haver demissões com esta redução de frota.

A redução determinada pela gestão Bruno Covas, por meio dos contratos emergenciais, só afeta os subsistemas estrutural e de articulação regional (ônibus grandes e básicos). O subsistema local, formando pelas empresas que tiveram origem nas cooperativas de lotação, não é atingido.
Relembre e veja os contratos com a frota reduzida:


Outra preocupação do Sindmotoristas é sobre o fim dos cobradores de ônibus na cidade de São Paulo.

Como também revelou o Diário do Transporte, uma circular da SPTrans permite que a partir de 02 de setembro, os novos ônibus básicos e padrons que forem incorporados ao sistema podem vir sem o posto de cobrador. Articulados e biarticulados novos ainda terão o posto de cobrança.

A forma como foi informada a nova frota, por meio de uma circular mandada por e-mail, também causou desconforto entre os trabalhadores.

As empresas que surgiram das cooperativas já atuam sem cobradores.

Poder público e viações dizem que não haverá demissões de cobradores por causa dessa portaria.
A prefeitura de São Paulo divulgou nesta sexta-feira, 26 de julho de 2019, a relação dos integrantes da Comissão que vai discutir como requalificar e reaproveitar no próprio sistema de transportes coletivos os cobradores de ônibus na capital paulista que, gradativamente, vão acabar perdendo na prática seus postos de trabalho.

Atualmente, segundo a SPTrans, apensas 6% dos passageiros na cidade de São Paulo pagam a tarifa em dinheiro.

A comissão cujos nomes foram divulgados nesta sexta-feira, 26, é formada por membros do poder público, sindicatos dos trabalhadores e representantes das empresas de ônibus.

Acompanhe a relação:
SMT – Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes
Edson Caran (Secretário de Transporte ), Hugo Koga, Gilberto Rodrigues Pereira.
SPTrans –  São Paulo Transporte (gerenciadora de transportes)
Paulo César Shingai (presidente SPTrans); Wagner Chagas Alves; Marcelo José de Almeida; Sebastião Ferreira Braz; Antonio Hamilton de Carvalho; Elizabeth Yukiko Tagata; Evelyn Bareto Santiago
Sindmotoristas – Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo
José Valdevan de Jesus Santos (presidente licenciado); Valmir Santana da Paz (presidente em exercício); Valdemir Santos Soares; Francisco Xavier da Silva Filho; Almerindo Santos Oliveira.
SPUrbanuss – Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo:
Carlos Alberto Fernandes Rodrigues de Souza; Antonio Roberto Pavani Junior; Antonio Sampaio Amaral Filho; Wagner Palma Moreira; João Carlos Fernandes.






Vimos no Diário do Transporte
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